Naum fui lá ter com ele naum... já fui avisando logo... e passei pra ele meu e-mail da Uemg. Quando ele repetiu, ele falou UFMG e eu disse naum... Uemg... ele repetiu e eu disse isso.... ele ficou repetindo meu “isso” até voltar pra mesa dele.
Ele hoje tava especialmente lindo... Ele é muito arrumadinho... gosto do jeito dele se vestir, menos no Brasil...
Hoje ele foi brilhante... a aula foi um show... esse cara é tudo que eu quero ser quando crescer! De uma precisão, de uma clareza... Ele trabalhou com um trecho do Pequeno Príncipe com duas narrações diferentes e portanto duas prosódias sutilmente diferentes... Ele foi pedindo pra gente ir falando os índices discursivos e lingüísticos de diferença... Dois pediu pra gente descobrir o motivo da diferença... Nossa... Se eu conseguir chegar a uma leitura dessa com as minhas canções... Gente!!! Cês naum sabem como ele dá conta... Ele tem uma precisão cirúrgica pros elementos da prosódia, mas tem olho no paciente todo...
Saí da aula pensando que ser professor é muito massa... E quando será que a gente vira professor de verdade? O quanto que a gente tem que saber? O quanto da gente a gente tem que dar? O quanto a gente tem de aprender a ser humilde? Ser professor também é um exercício, pois naum lidar com a completude do conhecimento deve ser um lugar constante pra gente se olhar... O pior é que isso parece que às vezes nos cega... A gente esquece que naum sabe pra se sentir o dono da verdade... gente isso é Pêcheux.... Ai que medo!!!!!!!!!! Vou parar por aqui!!!
Aqui com os meus professores, tô aprendo a ser mais tolerante com o meu nam saber e com o naum saber dos outros... Dos três professores que tenho, todos são de uma gentileza acadêmica... uma gentileza com os alunos... naum é que eles saum chegados naum. Muito pelo contrário... a relação com a gente é uma relação acadêmica... bonita. Calma, serena... mas naum é de troca naum... a figura do professor aqui é muito diferente...
Hoje também foi o dia da aula para os alunos da Zenaide... são alunos da faculdade popular daqui... que fazem diversos cursos... e que por acaso querem aprender português... A Zenaide é muito amável... acho que gosto dela...mas preciso pensar...
Os alunos entendem bem... fui falando no início timidamente... e muito rápido... eles foram interrompendo quando achavam dificuldades. Depois que a professorinha baixa em mim... naum adiante tentar me tomar o turno... Falei... E olhava pros alunos de uma forma diferente... sabe... agora eles é que estavam apertando o olho pra entender o que eu tava falando... Senti um prazerzinho, naum vou mentir...
Foi muito legal... Eles, assim como a turma de francês, ficaram vidrados na nossa história... na nossa história... nas nossas chagas... Uma menina linda... olhava pra mim que o olho até brilhava...
A primeira pergunta dela foi se o Chico era vivo... Eu entendi a pergunta, mas pedi pra ela me explicar melhor... A menina vem e solta a seguinte pergunta.... Se ele é vivo, naum basta perguntar pra ele? Tive um orgasmo didático... Me senti nesse momento professora de verdade...
Nisso... a Zenaide quase que naum falava mais... A gente foi fazendo assim a Zenaide foi traduzindo literalmente o música... e eu fui traduzindo as metáforas... Poderia dar pra essa menina uma aula sobre como Saussure com o significante, o significado e o fantástico sentindo mudaram os rumos da leitura... podia falar da grande virada pragmática com a definição do termo discurso nos anos 60, podia escolher até explicar isso pra ela usando o MAM, que naum serve pra nada... Mas professor que é professor naum fala difícil, naum... professor que é professo tem de ser claro, preciso. Falei das muitas possibilidades de sentido... e ela me entendeu... Depois da aula ela veio com mais dois colegas e ficaram perguntando sobre a ditadura... Eu adoro a pesquisa, adoro... mesmo... mas a sala de aula é lugar sacro-santo pra mim... Tanto quando o padre sou eu, como quando o padre é Antoine. Porque lá posso me redimir dos meus pecados... por que lá é possível comungar...





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