domingo, 2 de novembro de 2008

A verdade das Nações...

Trigésimo quinto dia 25 de outubro de 2008.

Hoje preparei um piquenique, fiz um sanduíche, peguei uma maçã e alguns chocolates, coloquei na mochila com um lençol e dois livros e saí para visitar o museu da Cruz da Cruz Vermelha e o Palácio das Nações por dentro... Paguei entrada de estudante... adoro isso... O museu é lindíssimo e tem uma história muito legal que começa um pouco a justificar o fato de a Suíça e especialmente Genebra ser um lugar tido com neutro... A Cruz vermelha naum foi criada pra defender os fracos... mas pra ajudar aos feridos de guerra, que quase sempre saum os fracos... À princípio naum se tem um lado... quem precisa de socorro é socorrido... a história é linda, as salas saum mais lindas ainda... e elas vaum se abrindo quando você vai passando por elas... A gente vai entrando história a dentro... Uma concepção muito legal de museu... Tem um arquivo pra consulta dos refugiados, foragidos de guerra... Aqui no Brasil a luta tem sido feita pra se abrir os nossos arquivos e ainda... Tem um muro com todos os anos desde que a CR foi criada e as grandes mazelas da humanidade... guerras, catástrofes... Vi cenas lá reais tão parecidas com as do Filme Blindness que me espantei de ver que a humanidade passa com certeza por crises de cegueira... Ainda naum tivemos face a face, olho no olho com nós mesmos e com a verdade... A verdade liberta? Isso é uma ameaça... Acho que naum, solitário companheiro. Existe verdade? Essa é a minha pergunta! Procurei 1964, 1968 pra ver se uma de nossas guerras tava lá... mas naum tava... ela foi silenciosa... Que pena! Talvez por isso naum tenha arquivo, talvez por isso naum tenha havido um socorro mundial pra nossa pequena dor... Morreram muitos aqui... mas nem tantos né... e como socorrer uma estória... acho que a principal vítima de 1964 foi nossa história, naum essa de se contar, ou de se ensinar...mas a que nos constitui e nos faz gente. O Brasil naum tava no muro em nenhum ano, nenhuma grande guerra, nenhuma grande catástrofe... isso porque as mães que arrumavam, com diz o Chico, o quarto esperando o filho que já morreu, choravam muito baixinho...
Naum temos ajuda por isso, vamo nos virando com o que somos capazes de dividir em nosso terceiro-mundinho...
No final tinha uma exposição sobre os muros que separam os homens... Lembrei logo das margens do Rodrigues... muito comprometida, linda... na justa medida sem tomar partido...
Fui ao Palácio das Nações e acompanhei a visita com um grupo de franceses... Chique! Bem! Nossa é como entrar numa fortaleza, somos revistados, nossas bolsas revistadas, tem de tirar retrato e fazer crachá... Gente! E eu que esqueci meu passaporte com a dona do balcão... segui, quando cheguei no outro prédio, tava sem o cartão de entrada e o passaporte, o moço manda eu voltar... eu volto e naum sei por onde entrar... quando fui entrar uma das portas o buzina dispara, veio até guarda com cachorro... Pensei minha viagem acabou... Aí deu tudo certo.... cheguei atrasada pra visita, mas isso é normal... O palácio é lindo... Mas o que mais me chamou a atenção é a preocupação com que o país seja imparcial e com isso seu senti.... leia-se: naum deixar que os EUA achem que eles tem a verdade... nesse caso a verdade cega, não liberta... É um bom começo... meus olhos olhavam tudo... Fiz pose de delegada brasileira na sala de conferências... Acho que até cai bem em mim... Na outra vida volto rica e vou ser diplomata... Saí de lá exausta fui fazer meu lanche... aí já com aquela dor do lado esquerdo da cabeça... mensal.... comei e voltei pra casa muito cansada por ter visto tanta coisa... dormi, fiz minha unha e fui dividir tudo com o meu cavaleiro... Rimos até doer a barriga... a gente ri muito junto...e a gente naum ri do mundo naum... a gente ri da gente... da nossa bagunça... da nossa alegria.... saí da Lan, quase meia-noite, depois da festa e custei a dormir...

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