Vigésimo sexto dia 16 de outubro de 2008.
Gosto muito dos substantivos abstratos porque eles parecem subverter a ordem dessa nossa classificação gramatical.
Qual é mesmo a substância apreensível ou não em saudade?
Sempre achei que haveria duas possibilidades para a palavra saudade.
1 – saudade podia ser verbo, porque saudade é estado. Varia em tempo, modo, número, pessoa.
Entaum na minha boca, saudade além de um gosto áspero seria analisada como um verbo, em primeira pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo. E seria um verbo de quinta conjugação...
2 – saudade podia ser advérbio, porque naum varia... nem de pessoa pra pessoa... todo mundo sente, ela modifica os verbos e os próprios advérbios. Hoje, sob meus olhos, a análise morfológica de saudade seria: advérbio de negação, de intensidade e de modo. Tudo num só.
Estava com fome das pessoas do Brasil, naum consegui me conectar e foi me dando um assombro, porque tinha um compromisso com as alunas e naum pude comparecer... Isso me deixa deveras injuriada... Hoje naum falei com os meus... E com os quais eu havia falado no dia anterior, deixaram mensagens meio surreais na minha caixa de e-mails...
A palavra tem mesmo uma dimensão maravilhosa aberta pelo significante e pelo significado e Saussure foi muito feliz ao dizer que do sentido ele naum ia dar conta... Porque o sentido é inapreensível e porque naum também abstrato... A palavra devia ser um substantivo abstrato...
Qual é mesmo a substância da palavra?
O fato é que todo o sentido que eu pensei quando coloquei na minha mensagem... tinha sido abduzido por algum extra-terrestre peitudo, só pode... e ficaram os sentimentos mais tristes mais sombrios... Entaum a resposta veio com outro substantivo... solidão... A substância da solidão... nós já conhecemos... Estes e-mails oníricos deviam ser barrados pelos pop... naum sei o que da internet...
Me deu tanta saudade!
Nessa cidade linda, nesse estágio taum desejado, nessa oportunidade de conhecer outras culturas, de aprender outra língua, de conhecer novos lugares... E tal qual nos e-mails fiquei com os significados mais cinzas. Talvez pra combinar com o dia que estava cinza e chuvoso.
Me deu uma vontade de falar e de ouvir a palavra, pra ver se o acento prosódico podia corrigir mal-entendidos. Porque o abraço, o toque, o beijo corrigem...
Naum sei bem se corrigiu, mas fiquei menos ansiosa... tive fome de comida pois até entaum não havia conseguido comer... Passei na pizzaria do garçom gracinha, que hoje naum me perguntou se eu estava sozinha... Já foi logo tirando os outros talheres da mesa.
Tirei uma foto minha e quando olhei pra ela fiquei... em silêncio até que o garçom voltou com meu chope e me acordou...
A saudade tem forma e substância sim. Ela é e deve ser um substantivo. Hoje a saudade tinha a minha cara.
Depois do primeiro gole, resolvi pensar no programa da sexta... peguei o jornal com as atividades do fim de semana, conversei com o dono do restaurante... conversei com as girafas gigantes que ficam na porta... saí de lá feliz... Por ter aprendido que a gramática normativa e sua classificação mais folie do mundo... também usam o conhecimento prévio pra aprisionar as palavras...

Gosto muito dos substantivos abstratos porque eles parecem subverter a ordem dessa nossa classificação gramatical.
Qual é mesmo a substância apreensível ou não em saudade?
Sempre achei que haveria duas possibilidades para a palavra saudade.
1 – saudade podia ser verbo, porque saudade é estado. Varia em tempo, modo, número, pessoa.
Entaum na minha boca, saudade além de um gosto áspero seria analisada como um verbo, em primeira pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo. E seria um verbo de quinta conjugação...
2 – saudade podia ser advérbio, porque naum varia... nem de pessoa pra pessoa... todo mundo sente, ela modifica os verbos e os próprios advérbios. Hoje, sob meus olhos, a análise morfológica de saudade seria: advérbio de negação, de intensidade e de modo. Tudo num só.
Estava com fome das pessoas do Brasil, naum consegui me conectar e foi me dando um assombro, porque tinha um compromisso com as alunas e naum pude comparecer... Isso me deixa deveras injuriada... Hoje naum falei com os meus... E com os quais eu havia falado no dia anterior, deixaram mensagens meio surreais na minha caixa de e-mails...
A palavra tem mesmo uma dimensão maravilhosa aberta pelo significante e pelo significado e Saussure foi muito feliz ao dizer que do sentido ele naum ia dar conta... Porque o sentido é inapreensível e porque naum também abstrato... A palavra devia ser um substantivo abstrato...
Qual é mesmo a substância da palavra?
O fato é que todo o sentido que eu pensei quando coloquei na minha mensagem... tinha sido abduzido por algum extra-terrestre peitudo, só pode... e ficaram os sentimentos mais tristes mais sombrios... Entaum a resposta veio com outro substantivo... solidão... A substância da solidão... nós já conhecemos... Estes e-mails oníricos deviam ser barrados pelos pop... naum sei o que da internet...
Me deu tanta saudade!
Nessa cidade linda, nesse estágio taum desejado, nessa oportunidade de conhecer outras culturas, de aprender outra língua, de conhecer novos lugares... E tal qual nos e-mails fiquei com os significados mais cinzas. Talvez pra combinar com o dia que estava cinza e chuvoso.
Me deu uma vontade de falar e de ouvir a palavra, pra ver se o acento prosódico podia corrigir mal-entendidos. Porque o abraço, o toque, o beijo corrigem...
Naum sei bem se corrigiu, mas fiquei menos ansiosa... tive fome de comida pois até entaum não havia conseguido comer... Passei na pizzaria do garçom gracinha, que hoje naum me perguntou se eu estava sozinha... Já foi logo tirando os outros talheres da mesa.
Tirei uma foto minha e quando olhei pra ela fiquei... em silêncio até que o garçom voltou com meu chope e me acordou...
A saudade tem forma e substância sim. Ela é e deve ser um substantivo. Hoje a saudade tinha a minha cara.
Depois do primeiro gole, resolvi pensar no programa da sexta... peguei o jornal com as atividades do fim de semana, conversei com o dono do restaurante... conversei com as girafas gigantes que ficam na porta... saí de lá feliz... Por ter aprendido que a gramática normativa e sua classificação mais folie do mundo... também usam o conhecimento prévio pra aprisionar as palavras...


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