quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Um mês.

Trigésimo primeiro dia 21 de outubro de 2008.


Hoje naum acordei muito bem... Meu sono foi recortado por muitas imagens... saum tantas coisas pra processar, tantas faces inéditas, tantos valores diferentes... Desde que cheguei, tenho me dedicado a estudar a língua e a ler... É tanta informação. E ainda tenho as imagens da saudade que trago comigo. No meu sonho havia tantas cortinas, tantos véus e um só rosto... passei a noite sobressaltada... Quando me levantei... querendo comemorar o aniversário da minha odisséia..., todo meu corpo doía... não conseguia suportar as dores dos meu ombros, meus pés doíam... procurei em meu corpo alguma explicação para essa dor... garganta, rins... nada... Só o corpo doía... organizei minha vida e fui para a aula da madame Gonzáles... Ela tinha um seminário numa cidade aqui perto... e tava com todo gás... entregou nosso trabalho corrigido e pediu a reescrita, pediu pra escrever um texto e mais duas folhas de exercícios... sem noção!!! Comecei a perceber que meu corpo naum doía por acaso. Fizemos atividades em grupo... Gente! Eu morro de rir na aula... É muito engraçado... e povo agora tá se soltando também e começam a rir atrás de mim... Madame Gonzalez, hoje perdeu a compostura... e deu um gargalhada com a boca mais aberta que ela já deve ter aberto... Quando voltei para o meu lugar... O italiano, fofo, tinha sentado no meu casaco, jogado minha água lá pra trás... mas eu naum fiquei brava e enquanto recolhia minhas coisas... ele colocou a mão no meu ombro pra me pedir a borracha. Quase gritei de dor no primeiro instante, mas o calor da mão dele acabou ficando confortante... Aí constatei definitivamente o motivo da minha dor... Falta de gente e excesso de estudo...
Saí da aula com dores ainda, temei um café... fiz meu check- e-mail... e naum vale rir... heldinho... Resolvi umas questões com o Antoine... E fui pra casa decidida a comemorar meu aniversário apesar de todas as dores... Parei na chocolateria mais chique da rua XV daqui... Sempre passava por lá e ficava só olhando... senti falta de comer com alguém... Eu gosto do ritual da comida... Comer devagar, comer juntos... depois tomar café... depois comer sobremesa... Lá em casa acho muito legal a gente naum ter perdido o hábito de sentar à mesa todos os dias pra comer.... Na casa da Gema todo mundo come na sala na frente da TV... uó... Lá em casa mesmo tendo ficado mais desanimado o almoço como o casamento do Jef, porque ele fazia todo mundo rir. É bom sentar à mesa mesmo que seja pra gente naum ter o que dizer... A nossa mesa sempre foi o lugar das conversas mais duras, mais amenas, mais triviais... Na nossa mesa nós somos família. Sentei sozinha, diante do meu bolo-bolo... E comei... festejando minha coragem, minha obstinação, minha força de vontade, minha dedicação,minha alegria... Estar aqui tem mesmo que causar algumas dores... pois naum é fácil não. Um mês se passou... sei que já naum sou mais do mesmo tamanho que cheguei aqui... Crescer dói. Já não sou mais menina. Cheguei às 7 horas, deitei com dores... e dormi... não li, não fiz exercício, não pus e tirei nada das minhas caixas e gavetas... só dormi o sono dos pequenos vencedores e dos justos...

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