Nono dia 29 de setembro de 2008
Hoje fiquei pensando em como é engraçado esta história de aprender uma língua, seja ela materna ou naum. Saí cedo de casa... Numa coragem... Decidi falar com todo mundo.... Quando cheguei na biblioteca perguntei pro moço se eu podia ficar lá, o que eu devia fazer, agradeci... e tudo. Depois fui à secretaria perguntar se eu poderia me matricular no curso de francês... Foi muito engraçado... A moça disse que sim e eu que teria que pagar 250 francos e que o mais indicado pra mim era o francês elementar... Boba ela... mal sabia que o meu orientador aqui... também consegui...me inscrever num curso de leitura e escrita avançado... Vou fazer os dois...
Sabe, tô mais solta...
A aula do Ahclin foi ótima... Teve uma hora que ele tava falando dos nomes próprios no francês... E eu dei aquela típica apertada nos olhos pra... PENsar... E ele disse: - Calma, Janaína isso é só para a língua francesa....
Aqui nós nos sentamos em círculo e a sala tem tudo... tudo tá na internet, todos os textos da aula. Vc pode seguir a aula do seu leptop... As máquinas de Xerox ficam nos corredores, vc escolhe o seu texto e voilá!!! Aula é coisa séria por aqui... Entendi uns 70% da aula, e por ser a primeira, me dei por satisfeita. Estive com o Auchin e consegui falar umas 5 frases completas... Saí de lá pensando...
Todo mundo aprende com a mãe a sua língua materna... Seu tom sua musicalidade... Aqui tem um ennnnn em tudo... Um ennnn tipo Ida Lúcia, que é um movimento que certamente se aprende no seio materno.
A nossa língua sempre gente aprende... Alguns com mais facilidade. Como tem gente que aprende fácil! Outros demoram a entender a engrenagem... Falar é tipo dirigir enquanto a gente pensa pra falá, naum fala... Lembrei do livro que o Jefferson leu e me disse que a gente só sabe outra língua quando a gente pensa e sonha nessa língua... Hoje me peguei pensando em francês... Muitas pessoas vaum pra escola e lá no lugar de melhorá... fica mais atrapalhado... Amor se ensina? As pedagogas da UEMG diriam em coro... Sim, nom petite, quem ensina com amor está ensinando a amar... Às favas... Ainda bem que as pedagogas têm uma chance... Veja a Betita, minha recém-lingüista pedagoga!!! Mas o segundo amor, a segunda língua... Esta é assim...
Quanto mais novo você é, mais fácil de aprender... Você tá aberto... naum tem falsas seguranças lingüísticas...Aprende quantas e todas se for preciso. Mas se você deixar o tempo passar... Fica tudo mais difícil... Você chega a quase pensar que naum será capaz de aprender outra língua... Como sempre têm aqueles que tipo o Kirk que esbanjam...
Sempre aprendi as línguas mais ou menos... Nunca estava nelas por inteiro... Embromava uma e outra... Só na margem. Aqui em Genebra há muita margem!!!! Dá pra fazer um título... Os processos crimes dos Bastions do século XIX e as margens das foraclusões genebrinas del rei.
Fui ao correio... E como naum sabia onde era... Parei um moço na rua e perguntei... Ele me perguntou de onde eu era e ele disse que era português... No final, ele disse que eu já estava falando (até) bem por estar só uma semana aqui... Ele disse que têm pessoas que moram aqui há anos e naum falam nada... No amor é assim.
Às vezes a língua te deseja mais que você a ela... E você aprende... Outras vezes a língua te nega possibilidades... E você aprende... Tem língua que você espera a hora certa de aprender... Outras te assaltam... E você só sabe que quer dizer a ela que você precisa vivê-la pra falar... - Eu naum sei o que é isso, mas quero viver...
Eu preciso do francês porque ele me faz sentir pessoa, gente. Porque com ele posso voar em cavalos pra chegar em Genbra e falar da chuva e morrer de rir.
Falo o espanhol porque ele é quente e tem ginga, esporadicamente falo inglês... Porque pra mim, um é bom, dois é ótimo e três é ser cidadã do mundo!
Eu sou a minha língua!
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