Décimo nono dia 09 de outubro de 2008
Avant-propos:
Meus leitores, meus mais íntimos e doces e lindos e queridos e maravilhosos e únicos amigos, peço um favor. Tenham com-paixão de mim... Por isso naum levem a ferro e a fogo meus graves erros de gramática. Digamos que eu tenha uma certa licença poética e política afinal aqui é Genebra... Por favor, os que suportam, leiam com os olhos de coração...
Naum consegui almoçar, já no café da manhã aquele nó já tava junto de mim, resolvi ir logo pra universidade e levei coisas pra comer por lá. Fica mais barato, se a fome bater!
Na aula, gente!, a aula da Anne Grobet é um estouro... Ela fala numa rapidez... que eu depois tenho que ficar perguntando pros colegas que raio passou pela sala. É engraçado... a sala onde ela dá aula é taum escura. Quando chego fico com mais umas duas meninas fazendo exercícios de outras disciplinas. E reparei a escuridão da sala... Mas quando ela entrou... o sol até saiu... acho que ele tava dentro da mochila dela. Só pode! São Rodrigues do céu! Quem é mesmo a deusa do sol? Se for deus, ele acaba de virar mulher... Ai que vontade de ser Grobet quando eu crescer! Sabe qual foi a tarefa dela... uma carta de motivação em francês... Como se eu já naum tivesse... como é que eu vim parar aqui, mesmo?
Mudando o mote, depois eu volto...
No dia do campeonato de peteca na casa do Marcelo, (campeonato organizado pelo Marcelo e pelo Maurício e que teve como vencedores... o Marcelo e o Maurício... naum sei o porquê apesar de toda minha torcida pelo Cristiano) a “Clara”, na hora do café, tava falando da dissertação dela e passou a falar do pão que a gente tava comendo e que ela tinha feito. Meu olho lagrimejou de inveja... Gente!!! Ela faz pão e dissertação... Isso ficou tão mal resolvido comigo que no fim de semana seguinte fiz o almoço de domingo lá em casa... Mas nem de longe tinha o gosto do pão da “Clara”.
Omeletes avec goût de pain
Ingredientes
3 Projetos (1 de doutorado, um pra FAPEMIG, um pro Antoine)
2 Cartas de motivação ( uma pra FAPEMIG, outra para Antoine).
7/8 de Teoria – a mais complicada (naum mais que a hermenêutica do Mauro, a psicanálise do Helder e a arte do Cláudio).
2 Orientadores
Uma generosa porção de amigos
3 bolsas FAPEMIG mais passagem de ida e volta (não se esqueça do seguro)
Um montão de reais que ao fogo diminuem em parcos francos
Um pé de família recém tirado da terra.
Uma cabeça de cebola cheia de invencionice e que faz os outros chorar...
Algumas folhas de chatos e mal-agourentos... (Atenção.. só pra dá gosto...)
Pingo de lágrimas de saudade
Modo de preparo
Bata tudo bem calmamente de forma firme, numa vasília comprada no COOP da rua De La Dôle e com o garfo emprestado da casa da “Gema”. Reserve por uns meses... Esquente a panela... Coloque todo conteúdo num avião Brasil-Portugal- Genebra...
Deixe tomar corpo, coloque o recheio, a gosto. Eu prefiro prosódia derretida...
Dobre uma parte, depois a outra... Naum tire do fogo direto...
Sorria para a omelete... Sinta-se por instantes um cozinheiro...
Tire foto da omelete.
Modo de servir
Sirva à francesa.
Porção
1 pessoa só.
Hoje entre Gemas e Claras me senti feliz... Comi a comida mais gostosa que já comi aqui, porque minha omelete tinha mesmo era gosto de pão.
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